A Prefeitura de Cubatão, por meio da Secretaria Municipal de Habitação, apresentou o Diagnóstico Socioeconômico do Núcleo Pilões, na manhã desta quarta-feira (29), no auditório do Senai. A solenidade também contou com a presença de representantes da CPFL e da Sabesp.

Pilões é uma comunidade situada em local considerado de risco (região de várzea e de encosta) e de preservação ambiental, e o diagnóstico visou identificar a realidade do núcleo para planejamento de políticas públicas. O estudo aprofundado do local é fruto de uma análise e pesquisa coordenada pela Secretaria de Habitação e realizada pela Painel Pesquisas e Consultoria, com colaboração também da Secretaria de Obras, realizada entre fevereiro e junho deste ano.

“Nossa meta é em 10 anos não termos mais pessoas morando em áreas de risco em Cubatão, quando não ficaremos preocupados com a população em períodos de chuvas intensas”, declarou o prefeito César Nascimento, durante a solenidade. César adiantou que a Prefeitura está em tratativas com o Governo do Estado para viabilizar a construção do empreendimento Cubatão Y, que contemplará Vila Noel e parte dos moradores dos Pilões. “Vamos trabalhar incansavelmente para construir a cidade que sonhamos, onde cada cidadão cubatense tenha um lar seguro e viva com dignidade”, concluiu.

Por sua vez, a vice-prefeita e secretária de Habitação, Andrea Maria Castro, enfatizou a importância do planejamento nas políticas públicas. “Não é só construir um empreendimento e, a partir daí, ‘as coisas acontecem’. A etapa principal é o planejamento. E o diagnóstico socioeconômico faz parte desse disso; nós entendemos as necessidades reais do núcleo como um todo e de cada família em sua particularidade”. De acordo a vice-prefeita, a partir desse diagnóstico, a Prefeitura criará um banco de dados para consultas futuras.

Apresentação – O diagnóstico socioeconômico foi apresentado pela diretora executiva da Painel, Ermelinda Maria Uber, que já atuou no mapeamento da Vila dos Pescadores. A pesquisa foi realizada por meio de divisão territorial, definida pela Prefeitura; coleta de dados com uso de tablet, em tempo real e uso de sistema on-line; georreferenciamento e auditoria; indicadores sociais; e equipe multidisciplinar com experiência em diagnósticos e cadastro socioeconômico e selagem (identificação e cadastramento das construções).

A pesquisa foi realizada em duas fases. A primeira envolveu reuniões com gestores e técnicos, elaboração de questionário, instalação de posto de atendimento, capacitação dos pesquisadores, entre outras ações. Contou com levantamento topográfico, com a utilização de drones, e depois visita domiciliar. Já a segunda fase compreendeu a pesquisa com os moradores, envolvendo mais de 10 profissionais, com visita domiciliar. Para garantir a pesquisa, houve retorno até três vezes quando o morador não estava na residência e as equipes ainda realizaram plantões de atendimento durante a semana e no final do cadastramento.

Ermelinda enfatizou o engajamento dos próprios moradores, cuja receptividade colaborou para a efetivação do diagnóstico. “Antes de iniciar a pesquisa, realizamos também reuniões com a liderança do bairro, então os moradores estavam cientes de todo o trabalho que faríamos. Isso permitiu que a gente conseguisse atingir 100% da população local, que foram muito receptivos conosco. Nem no IBGE é possível atingir esse número”, comemorou. Esse êxito foi possível graças aos plantões realizados pelas equipes, participação dos moradores e até bilhetes deixados nas casas onde não havia ninguém, conforme compartilhou a diretora durante a apresentação.

Números – A pesquisa identificou que atualmente há 1.684 pessoas cadastradas nos Pilões. Foram registradas 917 edificações, sendo 827 residenciais (779 ocupadas) e 92 não residenciais (comércios, igrejas e templos, associações, etc).

A maior parte da população dos Pilões é masculina, com 860 moradores, o que representa 51,1%, seguido por 48,9% de mulheres. Com relação à faixa etária, as crianças e jovens de 0 a 17 anos de idade representam 26,9%; pessoas de 18 a 29 anos são 23,9%; moradores de 40 a 49 anos representam 14,5%; de 30 a 39 anos de idade são 13,7%; de 50 a 59 anos representam 10,8%; e os idosos (60 anos ou mais) são apenas 7,5%.

A grande maioria dos moradores é solteira representando 66,7% e os casados são 18,6%. Nas residências: 43,5% tem de 2 a 3 moradores e 41,5% conta com apenas uma pessoa habitando.

Outro dado que chamou atenção é sobre o responsável familiar: 51,9% das mulheres são chefes de família, onde a maioria tem ao menos ensino médio completo e entre 30 e 59 anos.

Já os níveis de escolaridade predominantes são ensino fundamental incompleto, com 34,2%, e ensino médio completo, com 31,4%. Apenas 1% se declarou analfabeto; 1,8% declarou ter ensino superior completo e 0,2%, pós-graduação.

Em relação à renda, 53,4% informaram que recebem até dois salários mínimos, sendo que pouco mais da metade declarou estar trabalhando (51,4%) e, destes, com carteira assinada (63,4%). A pesquisa apontou também que mais da metade da população dali (58,71%) tem ao menos um animal de estimação (a maior parte cachorro ou gato), entre 1,5 e 1,9 por domicílio.

Sobre o levantamento de comércio/entidades no bairro: comércio de alimentos e bebidas representam quase a metade, 49,1%; serviços automotivos são 14,1% do total; as igrejas e templos representam 9,8% das edificações não residenciais; e os salões de beleza ou barbearias chegam a 9,8% dos comércios locais.

Outros dados coletados também foram em relação a assentamentos e moradias, quantidades de cômodos, serviços de esgotamentos sanitário, abastecimento de água, energia elétrica e destino do lixo. O documento estará disponível na Biblioteca Municipal de Cubatão para consulta e recebeu registro ISBN (International Standard Book Number), número de identificação único para livros e outras publicações monográficas. Esse registro funciona como um “RG”, facilitando a catalogação em bibliotecas e livrarias.

A Prefeitura de Cubatão está alinhada aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Esta iniciativa integra o caminho proposto para efetivação da Agenda 2030: ODS 1 – erradicação da pobreza; ODS 5 – igualdade de gênero; ODS 6 – água potável e saneamento; ODS 7 – energia limpa e acessível; ODS 10 – redução das desigualdades; ODS 11 – cidades e comunidades sustentáveis; ODS 13 – ação contra a mudança global do clima; ODS 15 – vida terrestre; ODS 16 – paz, justiça e instituições eficazes; ODS 17 – parcerias e meios de implementação; ODS 18 – igualdade étnico-racial; ODS 19 – arte, cultura e comunicação.