nvestimento na primeira fase da obra é de R$ 23,1 milhões; famílias removidas da Vila Esperança vão para moradias dignas
 

Crédito: Newton Menezes


O Programa Casa Paulista, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), entregou, nesta quarta-feira (11/12), os primeiros 116 apartamentos do Conjunto Habitacional Bruno Covas, em Cubatão. A cerimônia de entrega das chaves contou com a presença do secretário executivo de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Eli Corrêa Filho, e do diretor de Engenharia e Obras da CDHU, Silvio Vasconcellos.
 

Eli Corrêa Filho explicou que, com esse atendimento habitacional, as famílias terão mais segurança e dignidade e que o reassentamento em áreas seguras para aqueles que mais precisam é uma prioridade da gestão estadual. “Trago essa mensagem de otimismo, essa mensagem do que a própria vila carrega: a esperança. Agradeço a paciência de todos vocês, apesar da ansiedade e da necessidade que é muito grande. Agora, é uma nova realidade. Entregamos muito mais que tijolos e cimento. Estamos aqui entregando o começo de uma nova história em que a criança terá a segurança de um lar, o idoso terá mais tranquilidade, e todos vocês começarão uma nova etapa de vida”, afirmou.
 

Também presente na entrega, Silvio Vasconcellos, diretor de Obras da CDHU, destacou a estrutura que os moradores vão poder desfrutar no novo residencial. “Eu quero falar um pouquinho desses apartamentos, que têm 42m². Nesse conjunto, serão 116 unidades, distribuídas em nove andares, com dois elevadores nas torres. Também tem um salão de festa lindo, gente, que vocês vão gostar muito de poder fazer um churrasquinho lá. Além disso, aqui também terão lojas que a Prefeitura vai dispor, para que a gente tenha um comércio funcionando”, pontuou ele. “Eu vim de São Paulo para desejar que Deus abençoe a cada uma das famílias que vão tornar esse apartamento um lar”, completou.
 

Com um investimento de R$ 23,1 milhões, os imóveis foram construídos para reassentar pessoas que vivem em palafitas e áreas sujeitas a alagamentos, oferecendo moradia digna e qualidade de vida. A ação faz parte do Programa Vida Digna e beneficia famílias do núcleo Vila Esperança, localizado às margens das rodovias Imigrantes e Padre Manoel da Nóbrega e em áreas de manguezais.
 

Aos 51 anos, a diarista Irani Silva Rodrigues vai morar no Conjunto com seus quatro filhos: Nathan, Pablo, Neemias e Pamela. Moradora da Vila Esperança há 30 anos, ela contou que o novo endereço lhe trará mais segurança. “Aqui vai ser outro ambiente. Lá era só beco, né? E graças a Deus, agora, a gente vai morar em um lugar que nos traz mais paz e segurança”, disse.
 

Quando saiu da área de risco, Irani contou com o auxílio aluguel. Ela, porém, afirmou que a situação agora é bem mais confortável, pois pagará mensalmente por algo que é seu. “É um sonho para nós. Hoje é o dia da maior realização de um sonho da minha vida. Não vamos mais pagar aluguel por algo que não é nosso. Vamos pagar por algo que vamos ver lá na frente que vai nos trazer um futuro bem melhor”, concluiu.
 

Assim como Irani, Stephanie Carolina Rodrigues Marques, de 27 anos, e seu esposo Tiago Manuel da Silva, de 34, também celebraram a conquista. As melhores condições de infraestrutura foram destacadas pelo casal: "morávamos em área de palafita, no caminho do Bispo. Não pagávamos aluguel, luz e água, mas a gente não tinha segurança. Lá não tinha estrutura nenhuma, não tinha saneamento básico, que é o principal para a nossa saúde", contou. Tiago, por fim, emocionado, completou: “É um sonho realizado. Sair daquela situação e ir para outra melhor, totalmente diferente”.
 

Todas essas famílias vão morar em um conjunto habitacional com total infraestrutura, composto por apartamentos de dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e lavanderia, distribuídos em 41 m² de área útil. O residencial conta com cinco lojas comerciais, área de lazer com bancos de concreto, paisagismo e pergolado no terraço, além de sistema fotovoltaico que fornecerá energia para as áreas comuns.
 

Esta é a primeira fase do Conjunto Habitacional Mário Covas, que terá 1.010 unidades habitacionais. A segunda etapa, com mais 894 apartamentos, está em construção.
 

O financiamento dos imóveis segue a Política Habitacional do Estado de São Paulo, que prevê juros zero para famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos. Assim, as famílias pagarão praticamente o mesmo valor ao longo dos 30 anos de contrato, já que o contrato sofrerá apenas a correção monetária calculada pelo IPCA - índice oficial do IBGE.
 

O valor das parcelas é calculado levando-se em conta a renda das famílias e podem comprometer, no máximo, até 20% dos rendimentos mensais. Em Cubatão, 98% das famílias que estão recebendo as chaves dos imóveis têm renda de até 5 salários. Hoje, o valor da menor prestação é R$ 282,40.
 

Programa Vida Digna
O Programa Vida Digna abrange um amplo conjunto de ações e intervenções da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, por meio da CDHU, com foco na remoção e reassentamento de famílias que vivem atualmente em palafitas e áreas inundáveis em Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente. O programa também prevê a recuperação socioambiental e requalificação das áreas ocupadas por palafitas na orla do estuário de Santos. Com um investimento de R$ 530 milhões do governo paulista, o Vida Digna vai atender cerca de 2,9 mil famílias. A operação conta com o apoio dos munícipios na disponibilização de terrenos para construção das unidades.
 

Além de promover o atendimento habitacional definitivo, o programa Vida Digna retira uma população em situação de vulnerabilidade do contato direto com os vetores que causam inúmeras doenças transmitidas pela poluição da água, como gastroenterite, amebíase, giardíase, febres tifóide e paratifoide e hepatite A.
 

A remoção das ocupações irregulares contribui igualmente para a redução dos problemas de lixo e esgoto das áreas de palafitas situadas em manguezais do estuário e que são carregados pelas marés, que atraem e contribuem para a proliferação de animais e insetos transmissores de doenças, bem como para a degradação ambiental da região.