Sindicato suspende atendimento ao público na sede e subsedes, mas funciona
internamente e seu presidente, ‘Macaé’ Marcos, negocia intensamente com as
empresas

Os empregos, salários, direitos coletivos e individuais estão mantidos na
construção civil, montagem e manutenção industrial da baixada e litoral
santista neste período de coronavírus.
O mesmo acontece nas empresas de economia mista, entre elas Prodesan e
Codesavi (esta absorvida pela prefeitura de São Vicente), onde o Sintracomos
representa os trabalhadores.
O presidente do sindicato, ‘Macaé’ Marcos Braz de Oliveira, diz que “as
negociações com as empresas foram intensas, nos últimos dias, e bastante
proveitosas”.
Segundo ele, foi preciso adotar algumas medidas como férias coletivas,
turnos de revezamento e bancos de horas. “Mas os postos de trabalho,
salários e direitos estão garantidos”.
“Um setor importante como o nosso não pode parar, mesmo diante da grave
crise do coronavírus”, diz Macaé. “Estamos negociando para os trabalhadores
não terem perdas”.


Férias
coletivas

Para ele, “é melhor ter férias coletivas ou banco de horas do que perder o
emprego. Sempre fui contra bancos de horas, mas na atual situação, não há
como fugir deles”.
Nas férias coletivas, o pessoal fica em casa, mas recebe os salários. E nos
bancos de horas, também. Quando tudo voltar ao normal, as compensações serão
de duas horas por dia ou aos sábados.
Dependendo do número de empregados nas empreiteiras, são montados dois e até
três turnos. Dois trabalham e um folga, sempre em sistema de revezamento.
Os trabalhadores com mais de 60 anos estão em casa, por medida de precaução,
mas recebendo normalmente os salários, conforme os entendimentos do
sindicato com as empresas.


Material
de proteção

O sindicato também negociou com as empresas o fornecimento de equipamentos
de proteção individual, como luvas e máscaras. Foram instaladas pias extras,
nos locais de trabalho, para higiene das mãos.
Nos refeitórios, não entra todo mundo de uma vez e são mantidas as
distâncias de segurança entre os operários. Os ônibus, que transportavam 44
trabalhadores, agora levam apenas 22.
As ‘paradas’ de manutenção na refinaria da Petrobras e na empresa de
fertilizantes Yara, com 5 mil homens, foi suspensa temporariamente. “De
resto, tudo segue normalmente”, avalia Macaé.


Empresas de
economia mista

Na empresa de economia mista Progresso e Desenvolvimento de Santos
(Prodesan), a perua do sindicato ajuda a distribuir máscaras, luvas e
material de proteção nos locais de trabalho.
Na extinta Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi), cujos
trabalhadores foram absorvidos pela prefeitura, 35% têm acima de 60 anos e
estão em casa, mas recebendo os salários.


Sede, subsedes,
aposentados e escola

A sede em Santos e as subsedes em Cubatão, Guarujá, Bertioga, São Vicente e
Praia Grande estão fechadas para o público, mas funcionando internamente. O
atendimento é por telefone, WhatsApp e e-mail.
O departamento de aposentados também está temporariamente fechado: “Queremos
nossos velhinhos em casa e não no sindicato ou na rua, para não se
contaminarem”, diz Macaé.
O centro técnico de especialização profissional (Ctep), escola do sindicato,
também está fechado até segunda ordem. “Estamos de acordo com os protocolos
de segurança”, finaliza o sindicalista.