Procurador mais votado entre membros do Ministério Público Federal para o comando da PGR (Procuradoria-Geral da República), Mario Bonsaglia esteve na noite desta quarta-feira (19) com assessor do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Ele se reuniu com o subchefe de assuntos jurídicos, Jorge Francisco de Oliveira, que ocupa uma sala no 3º andar do Planalto, próximo à do presidente. Bolsonaro estava em São Paulo quando o encontro ocorreu.

Caberá ao presidente escolher o futuro chefe do Ministério Público para ocupar o cargo a partir de 17 de setembro, quando termina o mandato da atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge.


É uma tradição desde 2003, iniciada no governo do ex-presidente Lula, indicar um dos escolhidos pelo Ministério Público.Embora não haja uma obrigação formal de que o presidente siga a lista, será entregue a ele os nomes dos três mais votados pela categoria. Além de Bonsaglia, Luiza Frischeisen e Blal Dalloul figuram a lista -no segundo e terceiro lugar, respectivamente.

No caso dos ex-presidentes petistas, foram nomeados os primeiro colocados. Já o presidente Michel Temer optou por Dodge, que constava na lista, mas não havia ficado em primeiro.

Esta é a terceira vez que Bonsaglia, considerado experiente na área criminal e independente dos principais grupos que disputam o poder no Ministério Público Federal, figura na lista tríplice. Ele teve 478 votos, seguido de Frischeisen, com 423, e Dalloul, com 422.

Bonsaglia e Frischeisen são subprocuradores-gerais da República, último nível da carreira. Já Dalloul é procurador regional.

Frischeisen coordena a câmara criminal do Ministério Público Federal e tem a simpatia de integrantes da Lava Jato nos estados. Dalloul foi secretário-geral na gestão do ex-procurador-geral Rodrigo Janot e é visto como o mais janotista da lista. Após a escolha de Bolsonaro, o indicado terá de ser sabatinado e aprovado no Senado.

Nesta quarta, o presidente disse que decidirá “aos 48 segundos do último tempo” o nome do futuro procurador.

Bolsonaro afirmou na terça que “todos que estão dentro e fora da lista” têm chance de ser indicados, o que inclui a atual procuradora-geral, que decidiu não se inscrever para concorrer na eleição interna.

O mandato de Dodge termina em 17 de setembro. No início deste mês, ela afirmou estar “à disposição” para uma eventual recondução ao cargo para um segundo mandato de dois anos.

É a primeira vez que a eleição interna é desacreditada pelo grupo que está no comando da PGR. Além de Dodge, há outros procuradores que disputam a indicação “por fora” da lista tríplice, como Augusto Aras. (Folhapress)