Mais uma vez, a Santa Casa de Santos suspendeu o atendimento de urgência e
emergência a 26 mil pessoas, entre trabalhadores da prefeitura, câmara e
dependentes.
O serviço está suspenso desde quinta-feira de manhã (6), segundo o diretor
do sindicato dos servidores estatutários municipais (Sindest) Josias
Aparecido da Silva.
Ele foi ao hospital, na manhã desta segunda-feira (10), e soube, em conversa
com servidores, que vários médicos e clínicas pediram baixa da Capep.
Capep é a caixa de assistência ao servidor público municipal, mantida pelo
funcionalismo, com desconto nos holerites, e pela prefeitura.
Conselheiro fiscal da autarquia, Josias apurou que há faturas atrasadas há
mais de seis meses com a rede conveniada. Para ele, “a má gestão é a marca
da Capep”.
Em julho de 2017, a Santa Casa e outros hospitais da cidade suspenderam o
atendimento pelo mesmo motivo. “Até quando?”, pergunta o sindicalista.
O presidente do Sindest, Fábio Marcelo Pimentel, verificou que a caixa “tem
represado vários procedimentos cirúrgicos e exames ambulatoriais”.
Segundo ele, a Capep só tem aceitado pedidos de exames se o médico for
credenciado, “o que é um absurdo e tem causado muitos problemas à família
servidora”.
“Quando o médico se descredencia, descontente com o não pagamento das
consultas, muita gente dá continuidade ao tratamento com recursos próprios”,
explica Fábio.
“E, nesses casos, a Capep não autoriza os exames laboratoriais ou de
imagens. Ora, o médico não tem que ser credenciado. O servidor tem esse
direito e ponto”, pondera.
Fábio e Josias reclamam que a prefeitura não repassa as verbas à Capep e
adiantam que procurarão de novo o ministério público, que já abriu inquérito
anteriormente.
“A Capep é uma caixa preta que não conhecemos”, diz Josias. “Nunca sabemos o
que acontece lá. Isso precisa acabar definitivamente. Já passou dos
limites”.

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